sábado, 22 de novembro de 2014

Draco Dormiens: Capítulo I - A Poção Polissucuo

Notas: Tenham uma boa leitura!


Capítulo I – A Poção Polissuco


Era Junho e estava muito calor, mas Snape não ligava.

— Alguém pode me dizer o que é isso? — ele perguntou a sua miserável classe, na qual todos não aguentavam de calor em suas vestes, e ele ergueu um frasco com um líquido marrom gelatinoso, para que os alunos pudesse vê-lo.

Hermione levantou sua mão, como sempre.

— Poção Polissuco! — ela disse prontamente, e tremeu, provavelmente relembrando seu gosto, assim como Harry, que sorria interiormente, lembrando da tarde, há quatro anos, quando ele, Hermione e Ron tomaram a poção multadora querendo se transformar em réplicas de estudantes da Sonserina, podendo assim entrar no salão comunal da Sonserina.

Snape a ignorou:

— Alguém? — Snape perguntou, falando de modo arrastado, examinando a classe

Draco levantou sua pálida e preguiçosa mão.

— Poção Polissuco!

Harry olhou fixamente para ele. Enquanto o resto da classe estava exausto e infeliz, Draco parecia tão frio como se tivesse acabado de engolir um iceberg.

— Muito bem, Draco! — Snape disse entusiasmadamente. — 5 pontos para Sonserina. Agora — ele continuou. —, alguém pode me dizer como isso funciona? — ele olhou de repente para Ron, que piscou nervoso. — Weasley?

Ron, meio que assustado, respondeu bocejando:

— Isso... hã... transforma você em uma outra pessoa.

Snape, parecendo desapontado, disse:

— Está correto.

Ele não deu 5 pontos para a Grifinória, simplesmente pegou um frasco e começou a distribuir seu conteúdo em doses iguais entre copinhos de papel.

— Agora — ele disse endireitando-se. — vou dividir vocês em grupos de dois. Cada um de vocês vai beber meio copo de Poção Polissuco com um fio de cabelo de seu parceiro nela. Não, você não tem que engolir o cabelo, senhorita Brown... A poção suficiente para transformar você e seu parceiro durante exata meia hora. Nada mais, nada menos. Isso lhes dará uma idéia de como a poção deve funcionar. Amanhã vocês mesmos vão fazer a poção e depois bebê-la. De todo modo, eu aviso — Snape disse, essa última parte diretamente para Neville. — que cometendo um erro na Poção Polissuco pode resultar em... consequências desagradáveis. Você pode acabar virando metade você mesmo, metade a outra pessoa, nunca mais podendo voltar a sua aparência normal.

Neville soluçou.

— Então — Snape disse. —, senhorita Patil e Senhorita Brown, venham aqui. — E Paravati e Lilá caminharam até a mesa de Snape, tomaram um copo da Poção Polissuco e sentaram-se em suas carteiras, rindo feito bobas. Snape fez outros pares: Crabbe e Goyle, que eram amigos, mas o coitado do Neville foi designado a trabalhar com Pansy Parkinson, uma sonserina com cara de buldogue (que olhou saudosamente para Draco quando sentou-se com Neville. Ela parecia estar pensando que, se não podia ter Draco, ao menos poderia ser ele por um tempinho). Ron foi unido a Hermione, e Harry...

— Potter — Snape falou numa voz fria e cheia de divertimento. — e Malfoy, venham aqui.

O queixo de Draco caiu, assim como o de Harry.

— Não! — Os dois gritaram juntos.

— Eu não vou ser Malfoy! — Harry disse furiosamente, mas Snape não estava impressionado.

— Venham aqui, vocês dois — Snape disse.

Malfoy foi o primeiro a chegar. Despejando um olhar frio a Harry, ele caminhou até a frente da sala, pegou a poção e andou até onde Harry estava sentado. Harry olhou angustiadamente para Ron e Hermione, que olharam de volta com compaixão. Ron balançou a cabeça; Hermione mexeu os lábios tentando dizer alguma coisa para Harry, mas ele não entendeu o que ela quis dizer. Porém, ele conhecia Hermione bem o suficiente para saber exatamente o que ela estava dizendo: "É melhor você ir, Harry, isso vai contar na sua nota final!"

♥♠♦♣

Por toda a sala, os alunos estavam bebendo a poção. Haviam risadas ofegadas vindo de Lilá e Parvati, um grito de Neville, que, tendo transformado-se em Pansy Parkinson, muito mais larga do que ele, repentinamente se achou apertado em vestes muito pequenas, e risadas histéricas de Ron e Hermione.

— Toma! — Draco disse oferecendo o copo a Harry, que olhou para ele relutante — Bem, eu não envenenei isso, Potter! Beba!

— Antes beber veneno do que ser transformado em você, Malfoy — disse Harry entre os dentes.

— E eu não estou soltando fogos por ter de me transformar em um garoto da sua espécie por meia hora, Potter, mas você não me vê gemendo por aí por causa disso — disse Draco — ou você está com medo?

Harry empurrou sua cadeira para trás, violentamente e agarrou o copo, dentro do qual Draco já havia posto um fio de seu cabelo louro platinado. Harry arrancou um fio de seu cabelo, pôs um gole da poção na boca, colocou seu cabelo dentro dela, e entregou-a a Draco, que pôs na boca o resto.

Depois, ao mesmo tempo, eles engoliram a poção.

Draco se contorceu todo, ofegando, com um sentimento horrível, como se sua pele estivesse derretendo. Ele forçou uma mão para se equilibrar e uma onda de náusea se espalhou por ele, quando ele viu sua própria pele mudando de pálida para bronzeada, suas próprias unhas (perfeitamente tratadas por elfos-domésticos) se transformando nas unhas roídas de Harry. De algum lugar acima de sua cabeça, ele ouviu Harry reclamar: "Urrrgh!", e quando ele virou a cabeça, lágrimas escorrendo do canto de seus olhos, e viu...

Um rosto pálido e pontudo olhando para ele. Seus próprios olhos acinzentados piscando atrás dos óculos redondos de Harry. Quando ele olhou, sua visão embaçou, e ele deu-se conta de que Harry não podia enxergar sem seus óculos, e agora, nem ele.

— Me dê seus óculos, Potter — Draco falou, e Harry, obviamente tonto, os entregou.

Harry, sentindo-se doente, olhou para baixo para seu novo corpo. Na vida real, ele não era mais baixo que Draco, então suas vestes serviram direito, mas ele se sentia nu sem óculos. Ele olhou para cima e viu seu próprio rosto olhando de volta, pálido como giz de surpresa, mas um pequeno sorriso estampado nele.

— O-o que é engraçado, Malfoy? — ele perguntou, estremecendo ao ouvir a voz de Draco saindo de sua boca.

— Eu só estava pensando que eu sou muuuuiiiiitooooo bonito — Draco disse na voz de Harry.

— Você é um pirralho idiota, Malfoy — Harry disse imparcialmente e afastou-se.

Ele andou até Ron e Hermione, que estavam ocupados rindo, mas pararam abruptamente quando viram Harry andando até eles e encararam ele.

— Sou eu — Harry disse.

— Oh, Harry! — Hermione exclamou, torcendo seu... o rosto de Ron. — Que ruim para você!

Ron balançou sua cabeça.

— Eu não sei se eu posso falar com você enquanto você está assim. Dá... calafrios — Ron falou.

— Vocês mesmos estão bem idiotas! — Harry falou irritado.

— Agora você até fala como o Malfoy! — disse Ron.

E Harry, ainda mais irritado, afastou-se e andou até a carteira onde tomara a poção com Draco, e sentou-se perto dele. Logo que sentou-se, Draco murmurou:

—- Divertindo-se sendo eu, Potter?

— Ninguém pode me suportar enquanto eu estou assim, Malfoy — Harry disse. — Mas eu suponho que você esteja acostumado, Malfoy.

Draco fixou seus olhos em Harry, que se contorceu. Era muito difícil olhar para Draco e ver seu próprio rosto torcido com desgosto, os olhos verdes que ele via toda manhã no espelho, agora encarando-o com desprezo. Se Draco sentiu a mesma coisa, ele não mostrou isso.

— Você lembra do que eu lhe disse uma vez no trem para Hogwarts? — Draco perguntou.

— Que vez? — Harry peguntou num tom entediado. — Aquela vez que você ameaçou a me fazer comer lesmas ou quando você falou que eu era um sapo quatro-olhos?

Draco riu com desdém.

— A vez que eu disse que podia te ajudar — Draco disse. —, na hora que você quisesse desistir daquele idiota alto e desengonçado e daquela Sangue Imundo com cabelo ruim que você anda por aí, eu te mostraria como você poderia ter poder de verdade em suas mãos.

— Deixe-me pensar sobre isso… — Harry falou vagarosamente. — Certo, já pensei sobre isso. A resposta é não.

Os olhos, agora verdes, de Draco faiscaram com malícia atrás dos óculos de Harry.

— Você tem certeza? — Draco perguntou.

— Certeza absoluta — Harry falou asperamente. — Você pode me tirar da lista de correio do mal, Malfoy. Eu não estou interessado.

Harry esperava que Malfoy desse uma resposta grosseira, mas ao invés disso, Malfoy estava olhando para ele com uma expressão peculiar.

— O que é isso? — Harry perguntou olhando para baixo. — Estou voltando ao normal?

— É exatamente isso — disse Malfoy. — Você não está. Todos os outros já voltaram ao normal. Olhe!

Harry olhou em volta e viu que era verdade. Todos haviam retomado seus lugares, de volta em seus próprios corpos. Snape havia voltado a lição sobre a Poção Polissuco, aparentemente certo de que todos os alunos já eram eles mesmos de novo. Harry olhou furioso para ele mesmo, depois olhou de novo para Draco.

— Há... há quanto tempo estamos assim?

— Quarenta e cinco minutos — disse Draco consultando seu Rolex. - Nós já devíamos ter voltado ao normal.

— O que está acontecendo?

Malfoy balançou sua cabeça, com um sorriso esquisito no rosto.

— Eu gostaria de saber — Draco disse.

O coração de Harry começou a bater ferozmente.

— Você fez alguma coisa na poção? — ele perguntou — Malfoy...

— Claro que não, Potter — respondeu Malfoy com desprezo. — Você realmente acha que eu iria querer...

Mas Harry não estava escutando. Ele agarrou as vestes de Draco e puxou-o violentamente.

— Me faça voltar ao normal! — ele disse violentamente — Ou eu vou quebrar sua cara!

Malfoy, que não estava acostumado com expressões trouxas como "quebrar a cara", olhou perplexo para Harry. Depois começou a rir. Isso foi demais para Harry, que sacudiu e deu um soco no maxilar de Draco, o que o fez cair no chão. Seus livros, caldeirão e pena caíram em volta dele. Harry levantou-se de seu acento, agarrou Draco pela parte da frente de suas vestes, e começou a bater a cabeça dele no chão.

O resto da classe virou para eles, e Snape começou a correr até eles, gritando para que parassem. Harry soltou Draco, repentinamente chocado, mas Draco, aparentemente pensando que Harry fosse acertá-lo de novo, se levantou e deu um perfeito gancho no queixo de Harry. Harry, que estava olhando para Snape, estava despreparado para esse ataque. Ele voou para trás e esbarrou na parede, batendo a cabeça contra as antigas pedras dela. Tudo ficou preto.

♠♥♦♣

Draco levantou-se e repousou na carteira, respirando ofegante. Harry tinha tirado seu fôlego. Por causa do barulho de campainha em suas orelhas, ele olhou em volta. Lá estava Harry, ainda sendo Draco, estatelado no chão com sangue escorrendo de sua cabeça. Draco desviou o olhar, sentindo-se fraco, e viu Snape, impedindo que frenéticos Ron e Hermione de irem até ele, o suposto Harry. Quando ele olhou, Hermione se soltou do bloqueio de Snape e correu até ele, segurando-o pela manga de suas vestes.

— Harry! — Ela soluçou. — Você está bem?

Draco só olhou perplexo para ela. Ela pensava que ele era Harry. Ele olhou para cima e viu os rostos atordoados dos grifinórios observando-o, e o olhar mal-humorado dos sonserinos. Todos eles pensavam que ele era Harry.

Snape andou a largos passos até ele e Hermione e empurrou a menina para o lado. Draco podia ouvir o zumbido de quando todos os alunos gritavam para Snape. Os sonserinos estavam quietos, mas os grifinórios estavam todos gritando que Draco havia socado Harry primeiro.

Snape andou até Draco e o encarou.

— Potter — ele disse. —, pode me explicar o que está acontecendo?

Draco abriu sua boca para dizer "Eu não sou Potter, a Poção Polissuco não está funcionando, já devíamos ter voltado ao normal agora!"

Mas o que saiu de sua boca foi:

— Eu não sei, professor. Ele me atingiu primeiro.

O que aconteceu depois disso, foi algo indistinto para Draco. Ele foi levado à Ala Hospitalar por Snape, que estava carregando o corpo mole de Harry, cuja visão deu a Draco um sentimento de fraqueza, toda hora que ele olhava para isso. Ele continuou sentindo seu próprio rosto, seu cabelo, para ver se ele começava a se transformar em si mesmo de volta, mas ele não tinha. Nada aconteceu.

Madame Pomfrey estava esperando por eles; ela instruiu Snape a deitar Harry numa cama envolta de cortinas, dentro das quais ela desapareceu. Draco sentou-se numa cadeira em frente a Snape, que estava encarando-o com malícia.

— Se Draco morrer — Snape falou. — Você será um assassino, Potter. Você gosta disso?

A boca de Draco abriu-se em choque, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Madame Pomfrey surgiu e balançou sua cabeça para Snape.

— Draco Malfoy não vai morrer — ela disse severamente. — Ele tem um galo enorme na cabeça, e vai sair provavelmente na próxima manhã, mas de todo modo, ele está perfeitamente bem.

O rosto de Snape mostrou alívio. Draco comoveu-se. Esse estado passou logo que Snape chegou perto dele para falar:

— Eu não vou nem me incomodar tirando pontos da Grifinória, Potter. Vou direto a Dumbledore. — Ele se levantou e saiu do aposento.

Madame Pomfrey riu com desdém.

— Eu não me preocuparia, Harry — ela falou — Isso é da boca para fora. Dumbledore sabe quem Draco é. Agora fique quieto. — E ela começou a limpar os cortes que haviam no rosto dele - Você tem um adorável olho roxo, Potter — ela disse. — e um corte no lábio. O que você...

Era um sentimento horrível, como naqueles sonhos em que ele estava morto e olhando para seu próprio corpo. Harry estava deitado, com os braços cruzados, ainda igual a Draco em cada detalhe, seu cabelo louro-quase-branco ensanguentado onde sua cabeça havia batido na parede. Draco sentiu uma onda de náusea tomar conta dele andou para trás, o que foi sorte, porque nesse momento, Ron e Hermione pularam nele como um trem-bala.

— Harry! Oh, Harry! — Hermione exclamava. — Você está bem?

Ron estava mais interessado em bater nas costas de Draco e parabenizá-lo pelo gancho que ele deu em Harry na aula de Poções. Draco permitiu-se um sorriso.

— Foi fantástico, não foi? — ele concordou — A forma que ele voou para trás!

Madame Pomfrey enxotou-os até a porta, a qual Ron estava segurando. Draco deu um último olhar a Harry e eles deixaram a enfermaria. Ele não tinha se mexido.

Draco seguiu Ron e Hermione quando eles andaram até a Torre da Grifinória. Ron começou a conversar com todo mundo, e o assunto que parecia agradar a todos na Grifinória era que Harry quase matou Draco Malfoy na aula de Poções.

— Fred e Jorge estão emocionados — Ron disse. — Eles detestam aquele seboso, ele nunca joga justo no Quadribol.

— Nem eles! — Malfoy gritou indignado, para logo em seguida tapar a boca com a mão, mas eles tinham acabado de chegar ao quadro da Mulher Gorda, que ele ficou ocupado fingindo que sua cabeça doía muito, porque assim ninguém ia olhar para ele para que ele dissesse a senha.

— Estrondo! — disse Ron, e quando o quadro abriu, Draco seguiu-o até o Salão Comunal. Fred e Jorge, sentados perto da lareira, cumprimentaram-no com gritos de boas-vindas. Draco olhou para o Salão indignado: o Salão Comunal grifinório era muito melhor que o sonserino, que sendo nas masmorras, era muito frio e tendia a ter goteiras durante o inverno. Ele certamente reclamaria disso a seu pai quando tivesse seu corpo de volta.

Draco seguiu Ron e Hermione vagarosamente até a lareira. Ele detestava Fred e Jorge, não só porque eles acertavam os balaços diretamente nele durante os jogos de Quadribol, mas também porque eles haviam ficado muito detestáveis desde que abriram sua própria loja de brincadeiras com vendas por correio, cujas ações estavam sendo comercializadas por mais de mil galeões na BVM (Bolsa de Valores Mágica).

— HARRY! — Jorge gritou batendo nas costas de Draco. — Ouvi que você deu uma surra no Malfoy em Poções, bom trabalho!

— Ele está pedindo por uma boa surra há anos! — concordou Jorge.

— Pena que você não matou ele! — disse Jorge.

Draco sentiu seu rosto mudar de expressão, e, sabendo que se puxasse sua varinha e amaldiçoasse Fred e Jorge com furúnculos, revelaria quem era, apenas respirou fundo. Então ele sentiu uma minúscula mão puxar seu braço, e aí ele viu Hermione ao seu lado, olhando para ele preocupada.

— Você está bem, Harry? Você parece que nem pode respirar — ela disse.

— A cabeça... dói — disse Draco com dificuldade, e sentou numa cadeira.

— É sua cicatriz? — perguntou Ron, que parecia estar verde — Sua cicatriz está doendo?

— Não, idiota! — Draco falou entre seus dentes. — Só minha cabeça, onde aquele idiota do Har... onde Draco bateu contra o chão.

— Então por que Draco te atacou daquela maneira, Harry? — Hermione perguntou, com seus olhos castanhos bem esbugalhados.

— Porque ele é uma cobrinha podre, por que seria? — Ron disse.

Draco ficou com raiva.

— Eu insultei a mãe dele — ele disse brevemente. — Aí ele me deu um soco.

— Harry! — exclamou Hermione.
— Que bom que você deu um soco de volta! —Ron disse.

— Não havia porque insultar o Malfoy — Hermione falou. — Acho que você devia tentar sentir pena dele.

— Pena dele! — Draco ganiu — Por que? Ele é rico, sua família é poderosa, ele é bonito e as garotas amam ele...

— Ele tem aquele pai horrível — disse Hermione severamente. — E ele morre de inveja de você, Harry, você é um ótimo jogador de Quadribol, e muito corajoso, e ele não, lembra aquela ver na Floresta Proibida quando ele fugiu de Quirrell?

Draco fez um barulho de como se estivesse sendo estrangulado.

— E ele não é nada mais bonito do que você, Harry! — Hermione disse evitando os olhos dele.

— Mas ele é… — Draco gaguejou. — Ele é louro!

Ron e Hermione olharam para ele.

— Estou cansado — disse Draco numa voz reprimida. — Estou indo para cama.

Quando ele subiu pelas escadas do dormitório, seguido por Ron, a cabeça de Draco começou a ferver. Ele sempre tinha tido por certo que Potter e seus amigos o odiavam tanto quanto ele os odiava. Bem, parecia que Weasley realmente o odiava, mas Hermione... dizendo que eles deviam sentir pena dele? Uma Sangue Imundo sentindo pena de Draco Malfoy? Ele apertou suas mãos com raiva e bateu a porta do dormitório atrás dele.

— Aí! — gritou Ron, com dor, pois foi atingido pela porta no nariz.

— Ah! — disse Draco. — Desculpa!

♦♠♣♥

Hermione sentou-se em frente ao espelho por um ongo tempo aquela noite, com um cotovelo apoiado em sua bastante manuseada cópia do livro "Conselhos para Bruxas Que Fazem Demais" e o outro na igualmente manuseada cópia de "Bruxas Que amam Bruxos e Bruxos Que Não Percebem". Ela suspirou; não era mais exatamente verdade que Harry não percebia que ela o amava, ela havia contado isso a ele no mês passado, quando ela não podia agüentar mais, ele foi muito legal quanto a isso, mas muito claro.

Ele não a amava.

Ele havia contado a ela como ele se sentia com Cho, e Hermione meio que sabia disso de qualquer forma, e os dois meio que riram um pouco, e ele contou a ela o quanto sua amizade significava para ele, mas que era só isso. Hermione ainda sentia algo estranho no estômago quando pensava sobre isso.

Mas esta noite, ela pensou, essa noite foi diferente, parecia para ela que Harry estava olhando para ela de um nojo jeito, como se... como se ele estivesse olhando-a pela primeira vez. Claro, isso devia ser o ferimento na cabeça. Ela pôs o rosto nas mãos. Por favor, ela pensou, por favor, não deixe ser o machucado na cabeça!

♠♣♦♥

Na Ala Hospitalar, Harry, ainda inconsciente, estava tendo um pesadelo, no qual ele estava perdido na Floresta Proibida... ele estava procurando alguma coisa... Ron estava com ele, mas onde estava Hermione? Ele gritou bem alto, mas sem acordar, e Dumbledore, que estava numa reunião em sussuros com Madame Pomfrey, parou e olhou para ele ansiosamente.

— Tem bastante escuridão nesse menino Malfoy — ele disse a Madame Pomfrey, que fungou duvidosamente, ela nunca tinha gostado muito de Draco. — Eu temo — disse o diretor. — que isso possa um dia tomar conta dele.

♥♦♣♠

Tomar banho na manhã seguinte foi provavelmente a experiência mais esquisita na vida de Draco. Ele manteve seus olhos bem fechados, assim ele não veria Harry pelado, mas quando ele olhou para baixo por acidente, seu queixo caiu em assombro.

— Você olharia para isso — ele disse tentando não olhar — Parabéns, Potter!

♦♥♠♣
Era estranho assistir às aulas de Harry, Draco pensou. Foi um alívio quando eles foram para a aula de Cuidados com Animais Mágicos, que os grifinórios tinham com os sonserinos de qualquer forma. Eles já haviam estudado grindlefongs: nojentos anfíbios com dentes nos maxilares bem-enfileirados. Quando Hagrid voltou a sua casa para pegar mais flobberworms para alimenta-los, Crabbe e Goyle acharam a oportunidade para capturar o sapo de Neville e segura-lo perto da gaiola de grindlefongs, que estavam famintos.

— Ha, ha — zombou Goyle, que estava agarrando Trevo, o sapo, enquanto Crabbe barrava Neville com um braço. — Você quer que eu alimente os monstros com seu sapo, menininho?

— Por favor, não! — Neville implorou. — Deixe Trevo em paz!

Neville estava praticamente chorando. Draco assistiu, contendo uma risada, até que ele viu os olhos de Hermione nele. Eles estavam implorando. Está certo, ele lembrou, eu sou Harry Potter, Garoto Maravilha. Hermione obviamente esperava que ele fizesse alguma coisa, então com um suspiro, ele caminhou até Goyle e disse:

— Goyle, devolva o sapo ao garoto!

Os olhos glutões de Goyle espremeram-se.

— Me obrigue! — ele disse apertando Trevo ainda mais.

Draco estava acostumado a ver Goyle fazendo tudo o que ele mandava, então isso assustou-o por um instante. Isso pode ser desagradável, ele se deu conta. Ele já havia visto Goyle destruir um ônibus com suas próprias mãos, anteriormente, e não queria ser o próximo.

— Goyle — ele disse, abaixando a voz, pois assim só os dois poderiam escutar. — Você sabia que eu leio mentes?

Goyle olhou perplexo para ele.

— É verdade — continuou Draco. — É o poder mágico de minha cicatriz — ele adicionou, se perguntando se mesmo Goyle era burro o suficiente para acreditar nessa asneira.

— Eu não acredito em você — disse Goyle vagarosamente, mas havia medo em seus pequenos olhos.

— Agora mesmo, eu podia contar a todos que você só dorme com luz acesa, e que você veste roupas de baixo rosas com babadinhos, porque isso te faz se sentir bonito, e que você está secretamente apaixonado por Crabbe, você tem uma foto dele debaixo de seu travesseiro.

Goyle gritou aterrorizado, e entregou o sapo a Draco, e saiu correndo. Ele rapidamente ficou fora do alcance dos olhos.

— Aqui está, Longbottom — Draco disse entregando Trevo a Neville, que olhou para ele agradecido.

Draco viu Hermione olhando para ele, ela estava admirada, e ruborizou quando ele olhou para ela. Ninguém nunca tinha olhado para draco daquela forma antes, e isso o fazia sentir-se esquisito, e sentir uma coceira nas orelhas. Furioso, ele pisou de propósito no pé de Simas Finnigan quando ele olhou para Hermione, e ficou satisfeito ao ouvi-lo gritar de dor.

♥♠♦♠

Madame Pomfrey assistia Draco Malfoy dormir, num misto de desgosto e preocupação. Ela não gostava do garoto, mas ela não podia deixar de sentir pena dele, que estava obviamente tendo terríveis pesadelos, mexendo-se muito e gritando. De repente, os olhos dele se abriram e ele olhou para ela, parecendo muito assustado.

— Você acordou! — ela disse animadamente.

— O que está acontecendo? — ele perguntou, sentando-se. — Onde estou?

— Shhh, Draco! Você tem um galo enorme na cabeça e você precisa descansar! — ela disse forçando-o a deitar-se de novo.

— Eu não sou Draco Malfoy! — ele gritou, com os olhos acinzentados bem abertos. — Eu não sou Malfoy! Não sou!

Madame Pomfrey ficou horrorizada. Isso era pior do que ela havia pensado.

— Beba isto! — ela disse forçando um copo com poção do sono entre os lábios do garoto. Ele bebeu involuntariamente e caiu sobre os travesseiros, com os olhos fechando.

Madame Pomfrey levantou-se, balançando sua cabeça; ela não se importava com o que Dumbledore dissesse, mas era hora de mandar uma coruja ao pai desse garoto pedindo que ele viesse e levasse seu filho para casa.




Notas: Não esqueçam de comentar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário